ANIMISMO E MISTIFICAÇÃO

ANIMISMO E MISTIFICAÇÃO NA UMBANDA

Retomando aos nossos temas, hoje iremos falar sobre o Animismo e a Mistificação, assuntos de extrema importância e que podem atrapalhar totalmente no desenvolvimento de um médium se não tomar cuidado com a afobação e a pressa.

ANIMISMO – O médium acha que está incorporado e é algo comum para médiuns iniciantes, que não sabem ainda diferenciar quando são eles e quando não são...o médium pode não saber, mais ele manifesta a si próprio, porém isso não é feito para enganar ninguém, é uma dúvida que o próprio médium tem se é ele ou o Guia. Podemos dizer que 99% das pessoas que praticam o Animismo não sabem que estão praticando, todo médium iniciante tem dúvidas se é ele ou a entidade, por isso é importante os Pais e Mães de Santo e até mesmo o Guia Chefe da Casa, acompanharem o desenvolvimento dos filhos e darem orientações.

MISTIFICAÇÃO – O médium sabe que não está incorporado e continua falando besteiras e fazendo coisas que, quem conhece, sabe que não é da entidade. É fingir uma incorporação, onde mesmo sabendo que não esta sentindo nada, fingi que está...isso no meu entender é falta de caráter, se eu sei e tenho plena consciência de que não estou sentindo nada e mesmo assim continuo com fingimento, não tenho bom senso e muito menos dignidade de estar dentro de uma Casa de Axé.

É função do Dirigente identificar o Animismo, não deixar única e exclusivamente a responsabilidade nas costas do médium, pois é comum ele não saber explicar os movimentos involuntários do corpo, não consegue saber se foi ele quem levantou um braço, ajoelhou ou se foi a entidade, no caso dos conscientes e até mesmo os semi-conscientes, por lembrarem de algo que foi feito ou falado nos trabalhos, ficam se perguntando também: “Fui eu ou a Entidade?”.

O animismo é uma forma de manifestação de si mesmo onde deve-se tomar muito cuidado, não devemos praticar mediunidade anímica e nem mistificar, dentro do terreiro temos que ter a incorporação, deixar entidade tomar conta, trabalhar, passar sua identidade.

O fato de tu praticar animismo no inicio do desenvolvimento, não quer dizer que tu não possa dar vasão a espiritualidade, deixe teu Dirigente cuidar disso, te orientar, te guiar e apontar onde tu está errando, até onde é entidade e onde é mais atitude e vontade do médium.

Não é apontando na cara dos filhos que um Dirigente vai organizar sua Casa, mas sim orientando e ajudando a cuidar dessa prática errada, cuidar da mediunidade de cada filho individualmente, entendendo cada médium e o problema que existe com cada um deles, entender o motivo da insegurança, o motivo do animismo e da mistificação.

É importante se assegurar do que está fazendo dentro do terreiro, deixar a entidade tomar conta, não querer passar a frente dela e busca sempre orientação e informação.

Infelizmente, no caso da mistificação, tem muitos terreiros que se apegam muito com números, que acham que Casa boa é Casa cheia, não penso dessa forma, quanto mais médiuns, mais difícil é controlar e cuidar individualmente de cada um deles e é nesse momento que os de má fé colocam sua mangas de foram e começam dar o famoso “SHOW”, imitam entidades, fingem estar com elas e enganam aqueles que não conhecem a fundo a Religião e foram em busca de ajuda. Casa boa é aquela que os médiuns vão por amor aos Orixás e Entidades, com respeito, humildade e comprometimento, afim de praticar a Caridade aqueles que precisam.

Um Terreiro com 50 médiuns, onde dois ou três praticam a Mistificação, acaba perdendo totalmente a credibilidade, porque as pessoas não vão citar o médium X ou médium Y, o nome que será bem lembrado como “Marmotagem” é o Terreiro do Pai Antônio, por exemplo.

Lembrem-se: Muito cuidado ao avaliar uma Casa como boa ou ruim pela quantidade de filhos de santo que ela possui, quantidade não define qualidade!

Axé a todos!

Escrito por  #FilhaDeOya #MaraRúbia
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